terça-feira, 2 de agosto de 2011

Sedução

Sedução, ai sedução!...
Ansiando sedução, seduzes!
Seduzes tão profundamente
Que chegas a induzir à sedução
Traduzes em gestos
A mestria do acto implícito
Invocas, em cada olhar, rútilo o roxaxá
Sabendo semeada, em terra infértil,
Semente de uma paixão morta
Que, de intensa, se acende,
Rolando, qual lençol de lava ardente,
Rutilante!...
Em coração, incauto,
Que ledo e exultante, anda
Baque! Impacto! Baque!...
Meteoro, cratera em deserto
Raio lazer
Corte! Frio, certo e rápido
PC mágico, ecrã policromático.
Tontura, rodopio de volúpia
Louco logro idiossincrático
Enfoque malsão! Súplica!
Reclame à “Mãe Natureza
Chamamento, versus encantamento
Sereia em mar pirata
Fractura da falha transversal
Deslize de placas
Maremoto, oceano pacífico
Ilha devorada; salgadas águas
Lágrimas! Lágrimas!...
Céu! Sopro de vento
Trapo adejando em mastro.
Tudo simples
Tudo engano
Tudo sonho
Tudo sedução
Vector do bem e do mal
Simples sedução!?...
Engano do sonho!?...
Alfim, seduzes porquê, sedução?...

tÓ mAnÉ

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Ao meu amigo Júlio Cachola

Em que estou a pensar? Estou a pensar em ti amigo Júlio e deixo aqui a minha pequena homenagem àquele que foi um grande amigo e soube ser um grande homem e o meu repúdio à hipocrisia que hoje presenciei e me indignou profundamente e que sei a que ti outrossim teria despoletado o mesmo sentimento. Bem hajas pelo que foste e pela memória que deixas,... a ti e para ti deixo o meu agradecimento por me teres dado o privilégio de seres meu amigo e desfrutar do teu convívio. 
Pois é o meu amigo Júlio era um sonhador e um grande amigo! Sonhava até que as coisas podiam mudar, apesar de a cada dia que passava elas pioravam e pioravam - e não falo da saúde dele - falo do mal que lhe faziam, das ratoeiras que lhe armavam, do vazar as suas funções de conteúdo, de o deixar fechado num gabinete sem nada para fazer. No dia das suas exéquias, antes de partir para sempre e ser cremado, os politicamente correctos apareceram, vestidos de hipocrisia e sorrindo para dentro e para fora; alguns, para mostrar aqueles focinhos execráveis - qual matilha que cheira o sangue da presa ferida - a todos aqueles que realmente gostavam do Júlio e estavam ali de alma na boca e lágrima no olho e que esperavam, que não, o apupo de alguns e os gritos de hipócritas de outros, que os obrigasse a meter o rabo entre as pernas e "dar ás de Vila Diogo" acossados pela multidão e de ouvir de alguém, que de muito chegado, se atrevesse, em surdina dizer: vão vocês aqui são persona non grata. O Júlio Guerreiro "era" aquele indivíduo ímpar, com todos os defeitos e qualidades que lhe reconhecíamos, e que organizava e falava da história, na TV, do Carnaval de Loulé que no fundo era boa parte da sua história e da sua vida.
Em homenagem ao Júlio que hoje vai conhecer a sua derradeira passagem na terra. E, porque cada um destes amigos que já não volta e porque cada vez são menos, deixo aqui esta mensagem sob a forma de música (The sad cafe – The Eagles). Adeus Júlio não digo para ires com Deus pois tu Nele não acreditavas e sempre me dizias que se existisse Deus não haveria um mundo pleno de injustiças, mas sim de plena justiça e a que eu invariavelmente te respondia Deus tem os seus desígnios e tu dizias pareces um inquisidor mor... assim vai, parte apenas; deixa connosco a saudade, e que encontres, onde quer que vás um mundo melhor, e que melhor e mais justiça te faça, vai amigo, vai em paz...

tÓ mAnÉ