quinta-feira, 16 de junho de 2011

Amiga

Amiga,
Vem ver um amigo,
Veste um brilho nos olhos
Carrega uma esperança nas mãos.
Anda, amiga,
Vem ver um amigo,
Traja o coração,
Enverga o melhor vestido,
E... não esqueças o colar de pérolas,
O chapéu e o sorriso.
Corre, voa,
Vem ver um amigo,
Traz um pouco de amor, também;
Molha o rosto de ternura,
Orna a alma de carinho
E... com uma flor no colo
Canta, canta baixinho...
“Vou ver um amigo, vou ver...
Trá-lá-lá … alguém muito querido…
Lá-lará-lá-lá, …”.
Veste de amizade e amor
Junta uma pinga de perfume,
Traja o coração, com mais lindo vestido;
Nos olhos, duas pérolas, coloca;
A ternura e o carinho.
Rasga um sorriso,
Tira o chapéu,
Grita olá!
Estende as mãos; abraça-o dizendo:
Aqui estou, … estou contigo...

tÓ mAnÉ

Homem; Ser; ser Homem...


Eu, Homem!... acuso-me de:
Ser crente!... acreditar em Deuses!...
Ser predador!... caçador de Homens!...
Ser tendencialmente um ser destruidor!...
Ser... um atentado à Terra Mãe!...
Acuso-me!... de crime capital;
Mato a natureza... mato o Homem!...
Eu, Ser imundo... ser...
Ser... Eu, Ser... ser Homem...
Eu, Homem... sexo, inconformista!...
Eu, bêbado... impensado, frustrado!...
Eu, crime dos séculos... pecado do Mundo!...
Eu, Ser ambicioso... economicamente “zero”!...
Eu, que me pretendo inteligente!...
Eu, nada! Nada de nada!...
E pertencendo a lugar nenhum;
Pedaço de ontem, rasgado do amanhã...
Eu, Homem! Ser!... Ser Homem!...

 
   
tÓ mAnÉ

Os inusitados

Morte! Morte!
Quero a vossa morte!
Desejo-vos a morte!
Morram todos!
Filhos de abortos frustrados
Vómito do mundo
Lixo do universo.
Expludam. Sim! expludam...
Expludam em merda
Matéria-prima, quase única,
De que são constituídos.
Alguidares de coisa nenhuma
Montes de esperma seco.
Sim! Vós que sois fruto de uma punheta
Inumanos, irracionais, imundos, asquerosos,...
Expludam em merda!
Morte! Morte!
Morram montes de esterco!
Se não sabem ser gente
Porque não morrem,
Tenham um gesto digno,
Ainda que único,
Pois, só vos resta morrer ou...
Nem isso, lamentavelmente, sabem
Ou têm a coragem e a dignidade de o fazer?...
O suicídio não é o fim é o meio!

tÓ mAnÉ

quarta-feira, 8 de junho de 2011

A viagem a Nossa Sra. da Asneira

Oláaaaaaaaaa! Também já tenho imensas saudades de falar contigo!
Estes salafrários tiraram-nos tudo o que é rede social, acho que vou comprar uma "pen" e trazer o portátil para o trabalho, assim sempre poderemos de quando em vez dar duas de conversa.
Sabes que fui a Leiria; uma viagem à Nossa Sr.ª da Asneira, uma canseira de autocarro para cima e para baixo e no fim... merda!... Acho, que não te cheguei a dizer a que fui, pois bem, aqui vai: fui tirar umas radiografias à minha coluna e joelhos, que supostamente não faziam aqui (no mundo inteiro, só e apenas lá)... e eu, estúpido; já não tenho idade para isso mas... caí que nem um pato!...
Assim após longas horas de “machimbombo” e um percalço em Setúbal; saí para mijar uns instantes e quando voltei já a merda da viatura estava a sair, bem, lá fiz uma corrida e uma saída para o meio da estrada acenando ao motorista, resumindo lá me safei, mas foi um filme, o autocarro a sair por uma porta eu por outra até o apanhar no meio da estrada (nem sei como não fui atropelado, socorrrrrrrrrooo!!!...), e... lá cheguei a Leiria. Por sorte o consultório ficava mesmo a uns cem metros da estação de camionagem.
Quando entrei no consultório deparei-me com um edifício antigo, uma empregada antiga (em vez duma gaja boa) e um médico antiquíssimo e simpatiquíssimo (comecei a desconfiar), porém quando entrei na sala de radiologia ia tendo uma coisinha ruim, a aparelhagem de RX era da era dos Afonsinos ou da Maria Cachucha (as you wish), tão velha quanto eu ou mais. Aí comecei a pensar ou a falar com os meus botões "isto vai dar merda" e deu...
Bem, lá me descasquei e me coloquei naquelas posições camasútricas e a maquineta e o médico e o médico e a maquineta e a empregada e por fiz “Crack”, depois de tirar a primeira "chapa", como dizem os velhos (como eu) a coisa bendita avariou, fonix pensei eu estou fodido que já não apanho o “bus” de volta para Lisboa às 17:00 horas. E, de facto assim foi.
Pediram-me para ir dar um passeio que depois do técnico reparar a máquina me chamavam e eu, bem comportado e obediente como sou, lá fui... chovia que era foda mesmo, ninguém merece né?...
Como não me chamavam, duas horas depois voltei. Pediram-me imensa desculpa mas como era sexta-feira à tarde não dava para consertar a geringonça, o técnico estava lá para Santa-Cona-do-Assobio e só segunda-feira ou quando estivesse pronta telefonavam (isso foi ontem de manhã), claro que já fiz as benditas das radiografias, em duas palitadas, e com maquinaria novíssima em folha aqui mesmo na Santa Parvónia... o que fazem as comissões!...
Bem, acabei por sair de Leiria às 19:30 horas e chegar a Lisboa às 21.30 horas e ir ficar numa residencial manhosa no Campo Grande para apanhar o Alfapendular às 8:51 para a Santa Parvónia, sem fazer merda nenhuma... é foda mesmo... e ninguém merece!... para além de ter chegado com a mobília toda desconcertada de tanta hora de viagem...
Bem que podias ter-me feito uma massagem nessa noite... bem que precisava...
Bem, acho, que já te deve doer a paciência deste “rambulório” todo. 
Olha, toma lá um casalinho de beijos e responde; porra!...
Deste teu admirador secreto.

tÓ mAnÉ

Em desavença com o mundo

Oiiiiiiiiiiiiiii estás decente para que eu possa entrar; vá lá veste essa farpelinha, TÁAAAaaaaaaaaaaa!
Então como tem passado a minha queridíssima amiga; tem espetado muito por aí; com o garfo, a faca e o palito, obviamente!...
Achei o teu último texto um docinho; amo quando escreves assim, derretes-me fico uma pocinha de mel, muito “stiky”! Vá dá-me um beijinho (dos bons!...). Olha eu a fazer biquinho, vá lá Lu pousa lá esse bejito que estou cansado de esperar (já me dói o bico).
Eu vou passando um após outro e outro após o um, mas mais ou menos em consciência comigo e em desavença com o mundo; trapalhões! É o que eles são!...
Às vezes sinto falta de estar só no meio da multidão, olhar-me de dentro para fora no meio da confusão, ser e não ser, ver e não acreditar, gritar só para não me ouvir e por fim dormir só para esquecer. Para mim o mundo está às avessas; uma vez ele por cima outras eu por baixo; sim é a mesma coisa, esta merda é bem ao contrário das mulheres que é por cima e por baixo de trás de lado, “whatever” tanto faz e quando gosto melhor.
Sabes já tenho 52 e estou cada vez mais doido das ideias, mais irreverente e “above all” mais farto de conformismos e conformistas; quero lá saber da taça eu quero é beber o “champagne” (bem que podias ser o champagne!... deixava-o escorrer pela tua taça e embriagava-me em ti e para ti…)
Onde ia eu? Ah já tenho 52! e ainda não consegui apanhar-te, vais sempre um passo à minha frente, tu linda das lindas, flor de quintal, qual alfenim, tu és um querubim de formas perfeitas e de “bone and flesh”, e hoje sonhei contigo, e não devia, e que merda de sonho foi, e que chatice, e mais que isso tudo de tudo; sonhei e pronto!...
Não te conto porque é pior que indecente é indecentemente indecente!...
Um beijo deste teu admirador “secret” que sempre te traz no coração aconchegadinha para que não passes frio nem nada. 

Navegando à bolina

Vai tudo na onda por aí?
Eu sei que sou eu que estou em divida mas tenho andado um pouco abaixo de merda, se é que assim se pode dizer.
Folgo saber que hoje é o dia dos amigos por essas terras além e aquém mar e mais folgo imenso que te tenhas lembrado de mim, obrigado e sensibilizado eu fico; até se me apertou o coração…
Ando navegando à bolina, um pouco sem rumo certo e um pouco de incerto porto onde me abrigue… não ando com disposição para escrever ou sequer me queixar daquilo que é culpa única e exclusivamente minha… Sou barco à deriva com comandante inseguro; sem rumo mas com ora a proa ora a popa a levante.
Não sei se me vá ou se me venha, “que eu vivo com mesmo sem-vontade com que rasguei o ventre a minha Mãe” (alguém disse isto por mim - José Régio), mas de bom grado repousaria a minha cabeça sobre os teus fartos seios “mamas, diga-se, e não fugindo à verdade e no benefício da justiça que, por franqueza, aqui quis ditar de suas as minhas palavras, repetindo-as como de um eco longínquo se tratasse mas que fortemente retumbasse, sibilando “Lu que lindas e volumosas mamas Deus teve a amabilidade de te dotar [perdão se a justiça te injustiçou ou a minha memória me atraiçoou, injuriando por omissão ou desvelo semelhantes atributos; pena que as não tivesse acariciado e beijado para que esse cheiro se tivesse colado ao meu olfacto, paladar e tacto (chega!...)]” e dormia, e dormia… estou cansado amiga, muito cansado… não me vejo, nem revejo nesta sociedade que me rodeia e me enche o coração de rancor, deixando-me a frustração de lutar sozinho mas sem alcançar seja o que for que não a marginalidade daquele que não aceitam o sistema e as regras que lhe querem impor. Sabes “há sempre alguém que resiste, há sempre alguém que diz não” (Adriano Correia de Oliveira – Trova do vento que passa) e esse alguém sou eu, na tentativa desesperada de ser “EU” e mudar um pouquito do mundo para melhor… Deus sabe que eu luto com os outros e também comigo mesmo no escopo de fazer e ser melhor, porém nem um pequeno passo de pardal se vislumbra no avanço do que já é irremediavelmente atraso, de facto a única coisa que vai para a frente neste “pequeno mundo” é o “ATRASO!!!!...” A mediocridade não deixa a genialidade progredir, abafa-a, degreda-a, esconde-a e aproveita-se dela à sorrelfa, pois só há uma forma de ela; mediocridade progredir, é matar à nascença tudo aquilo que se elevar a nível superior e rodear-se de uma mediocridade ainda maior que ela… Amiga, quando tens quinhentos pregos espetados numa tábua e um deles tem a cabeça mais alta, onde dás tu a primeira martelada?... Vês, percebeste?...
Sempre no meu coração, nos meus sonhos e devaneios… 

tÓ mAnÉ

terça-feira, 7 de junho de 2011

Homem bom

Quando morreres, irei ao teu funeral,
Vou cuspir três vezes no teu caixão;
Uma pelo Pai, outra pelo Filho e, por último, pelo Espírito Santo.
Vou olhar, bem nos olhos, a tua Prol; órfã!
Pois a tua mulher à muito nos deixou;
(Que sua alma esteja em Deus e em paz)
Para lhes mostrar o quanto te desprezo.
No dia subsequente vou visitar-te,
Mijar sobre a tua campa e pousar sobre ela um cardo seco,
Para mostrar o quão e quanto humano eras.
Ao terceiro dia, lá estarei!... Apenas para que não te sintas só...
Vou cagar; quero ver-te por baixo; alimentar o cardo seco,
Quero que compreendas o que fizeste ou deixaste por fazer em vida;
Esta é a justa homenagem ao teu respeito pelos outros; seco como esterco!...
No quarto dia ainda te irei ver,
Vou apenas para rir e escarnecer, pois afinal o palhaço, aqui, até és tu!...
Depois... nem vou lá, vou apenas relegar-te ao desprezo e esquecimento,
Quero apenas e tão-somente prezar e lembrar os meus cães; tão fiéis, tão humanos, tão...
Tão reconhecidos, nas suas quatro patas altivas, é bem certo, todavia leais!...