terça-feira, 7 de junho de 2011

Homem bom

Quando morreres, irei ao teu funeral,
Vou cuspir três vezes no teu caixão;
Uma pelo Pai, outra pelo Filho e, por último, pelo Espírito Santo.
Vou olhar, bem nos olhos, a tua Prol; órfã!
Pois a tua mulher à muito nos deixou;
(Que sua alma esteja em Deus e em paz)
Para lhes mostrar o quanto te desprezo.
No dia subsequente vou visitar-te,
Mijar sobre a tua campa e pousar sobre ela um cardo seco,
Para mostrar o quão e quanto humano eras.
Ao terceiro dia, lá estarei!... Apenas para que não te sintas só...
Vou cagar; quero ver-te por baixo; alimentar o cardo seco,
Quero que compreendas o que fizeste ou deixaste por fazer em vida;
Esta é a justa homenagem ao teu respeito pelos outros; seco como esterco!...
No quarto dia ainda te irei ver,
Vou apenas para rir e escarnecer, pois afinal o palhaço, aqui, até és tu!...
Depois... nem vou lá, vou apenas relegar-te ao desprezo e esquecimento,
Quero apenas e tão-somente prezar e lembrar os meus cães; tão fiéis, tão humanos, tão...
Tão reconhecidos, nas suas quatro patas altivas, é bem certo, todavia leais!...

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