quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Recomeço


Arrasto.
Cansado arrasto
Este meu corpo dorido
Este meu karma entretecido
Que pesam
Como manta, negra, de feltro e lã,
Urdida.
Demolhada, encharcada na dor
Que verga o corpo e vexa o fado.
Levanto-me e deito-me
E, a puta, da manta, não me deixa
Como se fosse uma “mantiderme
Atormenta-me as noites
Transformando o seu peso em pesadelos
Acorda-me para um novo dia
Tal e qual o anterior e o ante anterior
Despertando-os para o mal-estar
Para o suplicio.
Ainda assim, arrastando-me
A cada manhã, ergo-me, para mais um dia
Abro para um mundo, desumano
(não que ele assim o mereça)
Um sorriso,
Uma farsa de bem-estar
Assim, a mim o devo
Assim, a mim o exijo.
Quando o sol já desce em ocaso
A noite a preparar começo
Pois talvez amanhã
Não haja acordar
Não haja recomeço.

tÓ mAnÉ     Style

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