Agosto.
A noite está quente, límpida
Solene na sua quietude
Mágica.
Leve, uma ténue brisa, sopra
Sopra-me segredos inefáveis
Pousando-me, na pele, exposta,
Beijos e desejos inconfessáveis
Arrepiando-me.
Agosto.
Na noite mágica de inconfessáveis
segredos
Onde a quietude dos beijos da brisa, leve
Incute solenes desejos que arrepiam
Expondo a pele quente ao sabor dos sonhos.
Agosto.
Sentado contemplo o negro céu
Admirando suas incontáveis e ofuscantes
amantes:
As estrelas.
E, eis, que dentre elas uma,
Brilha mais, muito mais
Parece mesmo sorrir,
Sorrir brejeira para mim.
Agosto.
Estou preso!
Preso a uma estrelinha sorridente
Cintilante, esbelta e marota
Que parece por mim chamar.
Estendo a mão, aberta, ao céu
Tento alcançar o intangível
Enquanto, a brisa leve e morna
Segreda aos meus ouvidos
Da estrelinha os segredos.
Agosto.
Estrelinha
Cativaste-me!...
Imbuíste-te na alma que é minha
Violaste-me a profundeza dos meus sonhos
Penetraste o corpo que é meu
Fazes-me vibrar pela noite dentro
Sonhando
Com a apoteose de um universo que é teu.
Agosto.
Libertas, no meu pescoço, um halo cálido
Sussurras, aos meus ouvidos, palavras
meigas, doces
E, sedentos, teus olhos, negro ónix
Luzentes, acariciam o reflexo da sombra
que sou eu.
Agosto.
O céu começa a acendrar
Dissimulando a tua luz, o teu sorriso
malandro
A manhã fresca acorda-me dos sonhos
Estrelinha, estrelinha,…
Rebusco, descontroladamente, o mais
profundo do céu
Que, desalmadamente, me recusa a tua luz.
Agosto.
Finalmente logro encontrar-te
Escondida
Num cantinho do meu coração
Tímida, nua da tua luz
Sorris a medo
Olho-te, por um instante, e retribuo
Ambos sossegamos finalmente.
Agosto.
Mora uma estrelinha no meu coração
Desconcertante.
tÓ mAnÉ
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