
Ovo de sol - desabrochar; sombra, que mão tu me trazes? Presa a essa luz que me fascina, perdição do meu olhar sobre um pouco de tudo, disfarçado na ignorância do pós-além, sem que, realmente, de nada veja!... Oh! Silhueta de mundo, desvenda os teus mistérios, pousa-os na palma da minha mão, perdi-me quando sobre ti derramei o meu olhar, que nublado me quitou da realidade, transferindo-me para a essência diáfana da tua perda neste romper de emoções que de mim e em mim explodiu... tÓ mAnÉ
segunda-feira, 5 de maio de 2014
Estrada Nacional n.º 125-4
Se quer crer tem que ver! E, para ver, não serão estas parcas palavras que o elucidarão! Vá crer! Vá ver! Depois de ler se, então ou antes, lhe aprouver.
Existem fenómenos que… tendem, no seu limite, a eternizar-se, sem nunca atingir a divina proporção ou a razão de ouro, isto é sem gozarem da característica da recursividade, tal como reza a sequência de Fibonacci, são sobejamente conhecidos, em território luso, como: Obras de Santa Engrácia.
Um desses fenómenos que se tem estendido no tempo num quase “ad eternum” ou “ad aeternum ” é o troço da E.N. n.º 125-4 entre os Sítios da Goncinha e dos Valados.
A Estrada Nacional n.º 125-4, também conhecida como a estrada Loulé – Faro e, porque sou louletano de raiz e gema e nunca a poderia designar como estrada Faro – Loulé, nomeadamente o troço em causa, já se lhe perdeu, no tempo e nos anos, a memória e a conta, que por mil e uma razões que lhe possam assistir, com ou sem motivo, o que é irrelevante neste atropelo temporal, ou lhe possam salvaguardar desculpas, a um constante abre e fecha, começa e acaba, recomeça mas não se lhe vislumbra a (re) conclusão, o alfim no epílogo.
Paciência, mais paciência, paciência ao quadrado, paciência etc…
Convenhamos que o povo tem paciência, contudo até a paciência se impacienta de tanto ter paciência. E, o povo, cansa, e o cansaço leva à desesperança e à “fartança” de tanta e continua incomodidade, de tanto e contínuo suplicio – tragam antes o cilício por mais fácil de suportar – de tanto prejuízo quer material, quer económico, quer moral e corporal, que de tantos nem tantos seria de referir, pois por interligados e aliados, se faria associação como de ver é bom ou a bom ver, se ver é entender e se entender é crer…
Este singular troço de tudo tem admitido mas, contrariamente à populaça que de camarote tem assistido, cumprindo, escrupulosamente, o provérbio japonês dos três macacos sábios; não vejas, não oiças e não fales, tem visto atrasos inadmissíveis, tem ouvido histórias inverosímeis e, tem falado, tem falado de morte, de ofensas à saúde (lesões ao nível da coluna vertebral e outras), de stress diário acumulado, de deficiente sinalização quer nocturna quer diurna, de etc e tal…
Em suma e à laia de remate final, e não querendo falar das obras relativas ao Parque das Cidades, estamos perante uma ameaça, a vinte e quatro horas, à saúde pública dos utentes, dos residentes e dos utentes residentes.
Haverá ainda quem recorde quando esta saga começou?... Em que ano?... Com que executivo camarário?...
Com ou sem memória, com ou sem responsabilidade, seria de bom tom que quem de direito ou de respeito, providenciasse um esclarecimento, de uma e para todas as vezes que tal não aconteceu e deveria e, de uma só vez ou num ímpeto de fôlego, quando este suplício de trezentos e sessenta e cinco sobre trezentos e sessenta e cinco dias irá finalmente ter o seu canto do cisne e consequente “terminus”, o finalmente ou se pelo contrário se continuará a perpetuar no tempo, tendendo para infinito ou para a sublime eternidade.
Alfim, e não passando de uma extravagância, somos nós povo, que detemos e até exercemos, por nos conferirem constitucionalmente, o direito de o saber.
tÓ mAnÉ Editions
Quando eu lá chegar… amigo Zé…
Mil novecentos e oitenta e sete,
Treze de Julho,
Data da minha apresentação
À equipa, que à altura,
Constituía o, parco, elenco da insigne
Câmara Municipal de Loulé.
Sim! Porque nessa altura,
Era cortesia e apanágio da casa
Apresentar os novos elementos
À equipa residente.
Hábito ou ritual, salutar,
De uma plena aceitação e integração
E de umas calorosas boas vindas
À família a que nos iríamos
Numa vida de trabalho juntar.
Hábito, imemorial, que se perdeu
E, se tornou irracional; erradicou-se!
Perdeu-se para todo o sempre.
Foram os ventos da mudança,
Os meandros do tempo
O futuro da governança
(dividir para reinar).
Franzino, de estatura média,
Senhor de garboso bigode,
Despudorado, todavia cuidado,
Na forma de vestir
E dono de uma boina; padrão pied-de-poule.
De sorriso franco e porte algo austero,
Personalidade afável e conciliadora
Sempre pronto para o que desse e viesse
Um facilitador nato,
Um servidor da causa pública,
Um amante da justiça e da equidade
E, acima de tudo, amigo do seu amigo.
Contudo irreverente e irredutível,
Na defesa das suas e até de outras causas.
Homem de postura e convicções,
Homem simples, sem bravatas nem vaidades,
Companheirão e bonacheirão,
Execrável e caustico por vezes, também,
Teimoso ou de personalidade forte?!...
(como hoje é convicção reinante)
Homem de trabalho e de borgas, também
Homem integro e de família; pai e marido extremoso.
Em suma um Homem de Bem.
Na Renault 4L, o teodolito e seu tripé,
A mira, a fita métrica, as estacas e o maço,
E, o Sr. António, a quem,
O Zé, com paciência e paternalmente dizia:
Sr. António, endireite a mira, endireite a estaca…
Oh porra endireite essa merda!...
Quando por vezes se lhe esvaía a paciência.
E, foi assim, que te fui conhecendo, amigo Zé.
No trabalho, no convívio,
No snooker, entre duas imperiais,
Tu, de esquerda, convicto
Eu, de direita, reticente,
Mas, na amizade, aí sim,
Éramos, fomos e somos: Uno.
Muito mais coisas teria para recordar,
Mas esta porra já vai longa e,
Há que terminar.
Termino, assim, com um abraço,
Nunca com um adeus, ou um até mais ver.
Pois, amigo, contigo ainda conto,
Para o trabalho e um copo de tinto beber.
Bem hajas por tudo
E, ainda, aquilo que por mim fizeste,
Pois não cabe num fugaz obrigado.
Um grande abraço. Baptistão.
tÓ mAnÉ Style
Interregnos de luz
Gosto de luz!
(faz-me pensar…)
A do dia, provinda do sol
A da noite, resultante do luar
A provocada por fenómenos naturais
(quer do dia, quer da noite)
A artificial, controlada pelo Homem.
Contudo, a que mais me apraz,
É aquela que:
Exala, emana e irradia
Da áurea humana.
É a luz dos benfazejos, dos benquistos,
Dos maviosos e dos abençoados pelo Divino.
É a luz da bondade, da bonomia,
Da concórdia e da paz,
Dos ungidos pelo Estado de Graça.
Há, ainda, uma luz diferente,
Dissemelhante de todas as outras
A luz que ilumina o espírito
A luz que demarca
O medíocre do bom,
O muito bom do brilhante
E, este, de todos os outros.
Esta é uma luz sábia; a impertinência da inteligência!
Que refulge inquieta e irrequieta
No interior do detentor
E, que se reflecte para o exterior
Através de olhos acutilantes e luzentes.
Esta é uma luz que não destrinça o Bem do Mal
Surge intervalada!
Por longos ou curtos espaços temporais
Atravessa gerações ou salta-as aos magotes
Reflectindo-se neste espelho de obsidiana
Denominado Mundo.
Fazendo com que gire e cresça
Entre Bem e Mal,
Sem destrinça.
Hoje, o Mundo, está apagado, está consumido
Pela reluz da mediocridade,
Pela regência de uma ausência, intermitente,
Um interregno de luz.
tÓ mAnÉ Style
Bem perto!...
Não sei quão longe
Um sonho pode chegar…
O meu, está aqui, bem perto!
Todavia, longínquo, também!
Porém,
Não quer e não ousa despertar…
Tremeluz vagamente
Neste limbo que é e não é:
Nem sempre presença,
Nem sempre ausência
Vive neste interlúdio da intermitência
Do estar e não estar: Bem perto!...
Sem, no entanto, lograr
No âmago meu penetrar.
tÓ mAnÉ Style
Pudera eu…
Ah se eu pudesse...
Com o ar que tu respiras
Fazer de ti a essência
Que meu corpo contagia
Roubaria de ti a paz, a calmaria.
Ah se eu soubesse do teu corpo
Retirar toda a magia...
Seríamos,
Ah…
Se eu pudesse e tu o desejasses
Ser euforia!...
tÓ mAnÉ Style
Desejo
Sinto teu corpo
Esmagando-se contra o meu
Sinto teu desejo
Ardendo em mim
Sinto minh’alma
Fundindo na tua.
Sufocada nesta distância
Que não deixa que nos amemos
Sinto a poesia que brota do teu peito
Arfante de amor
Sinto que querias ser minha
Não fora o mar.
Não fora o mar de terra
Que em translação e rotação
Que nos deixa, aparentemente, imóveis
Rodeados deste movimento
Alucinante e desconcertante
Que a lugar algum nos conduz.
Sinto no sopro do livre do vento
O cheiro doce de teu halo ardente
Que nele atiça e leva o desejo
De beijo
Beijo que, há boca, evoco
E, atirado no vento o mar o leva.
A ti,
In loco.
tÓ mAnÉ Style
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