segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Brincavas nua no brilho de um olhar


Há muitos Altos e,
O Alto dos Caliços é um entre eles.
Local de esperança e desesperança
De união e separação
E, de solidão, também.
Espera-se e desespera-se
E, sonha-se, braços abertos ao mundo
No trazer e no levar.
Treze e quinze, …, treze e tinta
Atrasou-se! É natural.
Rolam, ligeiros, no relógio, os ponteiros
Contudo o tempo parece não passar
Treze e três quartos, catorze…
Não pode ser! É muito atraso…
Há que saber, urge saber
Procura-se, na bilheteira, informação.
Aguarda-se! Pois tarda. Sobe a agitação.
Bebem-se as palavras. Ouve-se com atenção.
Erro de comunicação. Erro de posição. Desatenção.
Esperas impolutas, em vão
Tempo perdido, sem qualquer adição; malsão!...
Desencontro de tempo no tempo
Estúpida justaposição.
Nada é longe, nada é perto, também
Foi um tempo deserto
Não serviu nada, nem ninguém.
União. Dissipar de sobressalto.
Rotura no tempo
Espaço de e para todas as disposições
Enlace de línguas plenas de verbo
Vórtice no tempo; lapso de corrente
Hiato feliz criado pelo momento.
Tiquetaque, tiquetaque, tiquetaque, …
Hora da revoada. Hora do adeus. Hora do até sempre.
E, no cais, desembarca e embarca
Um sonho mais.
O fumo, cinza, eleva-se do escape
Lentas, as rodas rolam, escorrendo,
Num movimento que levou consigo o tempo
Trucidando, assim, o sentimento.

tÓ mAnÉ

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