quinta-feira, 22 de setembro de 2011

A maldição e a praga

Vindos do além, da bruma,
Olhos escondidos na penumbra,
Chegam, silenciosos, pela cacimba
Para dos campos a verdura roubar.
Assolam-na!
Caindo-lhe em cima pela brandura.
Rasgando a terra,
Ferindo-lhe as entranhas,
Rompem em surtos; abrolham!...
E, mudos, já não calam o rancor
Que de silêncio ensurdece
A hoste fria, cruel e agreste
Nesta luta sem pudor
Injusta e desigual
Que medra e infesta
Este mundo iníquo
Não branco, não preto; furta-cores!...
De um lado o bem do outro o mal
Campo de batalha
Silêncio sepulcral, soar das trombetas
Embate estridente, inferno colossal  
Coragem, esperança, grito, choro, súplica,…
Colorido de palavras numa tela surreal 
Massa bruta que viola
Ébria de sangue e vinho
(De Sacro Santo Lar)
A harmonia,
O descanso, a paz,
O amor e a ternura.
Despojos de batalha;
Pilhagem geral.
Descansa, tranquilo, quem vence
Inobstante a chacina final.  

tÓ mAnÉ

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