quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Olhai


Rasgos profundos; sangue!
Garrotes, torniquetes,
Laços impiedosos; apertados!
Sufocam, a verdade, às gargantas,
Gritos arrepiantes; surdos!
Brotando do peito aberto; raiva!
Risos escarninhos; mudos!
Desaferrolhados ao silêncio; noite!
Olhos, cegos, em frente olhando
Sem nada ver e nada para ver
Olhos esbugalhados; espanto, dor!
Contudo, ainda sobra o lamento; espaço!
Pinga, na poça, uma lágrima; lamacenta!
E, ao lado do suor, ainda quente,
Mancha rubra a terra cobre
Tragando-a, digerindo-a!
Sem remorso ou contrição.  

tÓ mAnÉ

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