quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Quando eu...

Quando eu morrer,
Rasguem-me o ventre!
Arranquem-me as entranhas,
Atirem-nas aos lobos!...
Saciem a eterna fome dos animais
E, quando o festim acabar,
Abatam-nos!... um a um,
Com respeito, com dignidade,
Os animais, mais que o Homem, merecem!...
Abram covas...
Uma por cada animal abatido.
Esquartejem-me! Sem dó nem piedade
Tantas partes quantos os animais,
Abram-lhes o peito voluntarioso e altaneiro,
Embutam cada uma das peças,
Tornem a fechar.
Enterrem-nos!... um a um,
Com carinho, com amor
(Lembrem-se que são meu sepulcro,
Minha morada final)
Derramem uma lágrima,
Uma só e só uma, em cada cova
De onde brotará um lírio roxo,
Que ano após ano florescerá,
De um espinho, em cada pétala, dotados virão 
Todavia,
Por cada espinho, um grito da minha dor,
Um uivo, ao céu elevar-se-á
Este, de uma vida, o legado será.
Triste,
Dissabor de um amor que não voltará.

tÓ mAnÉ

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