quinta-feira, 21 de julho de 2011

Hoje sonhei contigo!

Hoje sonhei contigo de novo, está a tornar-se reincidência e mais desobediência; subconsciente pesado? talvez!... Sei, lá bem no fundo (qualquer submarino resolve este percalço) que não fui totalmente sincero contigo… desculpa!... todavia, contigo perto de mim era heresia sê-lo… de joelhos perante ti peço perdão, desculpa-me por favor!…
Sei, oh se sei! que não concordas comigo; seja no que for… porém, todavia, mas, contudo… cito: “quando um homem sonha o mundo pula e avança, como bola colorida entre as mãos de uma criança…” e é isso o meu sonho teve tudo a haver com crianças, curioso se não fosse o despropósito de tudo… e tudo és tu!
Agora que comecei não sei se tenho coragem para continuar, parece abstruso; eu sei! mas… o surrealismo da coisa mistura-se de uma forma quase obscena com a realidade misturando-as numa espiral de bruma nocturna insidiosa mas algo sensual e voluptuosa; acordei completamente encharcado… (não sejas pecaminosa!... não tenho propriamente idade para esses outros, mas tenho pena!...) em suor, já de si não sei como hei-de continuar sem que, de alguma forma, fira os teus sentimentos, e bem certo é e, diga-se, sempre foi algo que não quis fazer, sendo certo que se alguma vez o fiz foi inadvertidamente, pelo que me escuso a desculpas, afinal sou apenas e nada mais do que humano e essa humanidade de que me encontro envolto permite-me a prerrogativa de errar; bem vinda humanidade…
Vai-te zangar comigo?... preciso de saber… pois se assim for pára! não leias nem mais uma letra, se pelo contrário vais ser condescendente e compassiva e/ou apenas curiosa, continua…
Na minha vida tive algumas mulheres porém nunca amei, passei sempre ao lado desse tão nobre e oculto sentimento que nos rasga o coração e faz arrepiar o pescoço; não entres em pânico não foste a excepção, porém foste a única que indelevelmente rasgou uma luz na minha escuridão, sempre fui demasiado egocêntrico para me dedicar a outrem de alma e coração, o mesmo é dizer entregando-me sem reservas de qualquer natureza.
Gostei (não sei se foi amar, prefiro chamar de gostar, pois amar é um sentimento muito sofrido)! sim gostei! gostei de alguém há muito, os tempos turvaram a sua memória atirando-a para o mundo do nunca mais, mas nunca tive a coragem de amá-la; era novo, mas não era desculpa, foi cobardia, foi loucura, foi razão, foi o diabo a quatro… todavia não ficou sequer um arranhão o egoísmo não o permitiu e a juventude baralha e dá de novo, isto é, joga os sentimentos como uma cartada de “poker” fechado, uma vez joga limpo outras porém faz “bluff”… qualquer saia funcionava como uma carta fechada, um prazer oculto e assim baralhei e voltei a dar; sem nunca dar de mim; foi e é o “poker” da minha vida…
Arrepiante!... mas eram assim os anos 70/80, os Beatles, os Stones, os Pink Floyd, o 25 de Abril, a roleta Russa, etc… a irreverência, a loucura, a intrepidez e essencialmente a rebeldia… e é bem certo, fui e sempre serei um rebelde sem causa própria; a minha causa é a causa que me causa o equilíbrio e o desequilíbrio é a minha loucura de não escutar o meu coração (nem nada nem ninguém), mas também de quando em quando é o rasgão na minha carapaça de vertebrado humanizado, abrindo o peito derramando o sangue que, por falta de outro alimento - tal como a figura do pelicano, no simbolismo pagão do cristianismo, que rasga o peito com o seu forte bico para que os seus filhotes o possam beber e sobreviver à escassez de alimento, entregando-se à morte num acto de humanidade único, o maior que possamos imaginar -, dou aos outros, contrariamente ao pelicano, criando desumanidade… e fugindo da morte que abraça os meus sentimentos e da solidão que povoa os meus dias e noites insones, que me afogam neste torpor que é esta minha (in)existência… e assim apareces-te tu… um “led” no escuro.      
Sonhei contigo… contudo ainda, e depois desta prosápia toda, não me sinto com coragem para te revelar o que sonhei, continuo com este medo atroz de, mais uma vez, te magoar, desiludir ou pior enfurecer. Porém, não vou conseguir descansar enquanto não for honesto contigo, eu sei! sempre te ocultei algo, no entanto sempre te mostrei o que te ocultei, estava ali para quem quisesse ver, e tu… viste-lo!...; saudações democráticas… salta lá com isso (atrevo-me a pensar por ti…), não facilitas-te nem um “pintelhésimo”, prerrogativa de ser mulher!... já antes tinha sonhado contigo, por mensagem disse-te, nunca na cara, nunca o quê (estou a ouvir-te!). Estavas demasiado próximo, muito, muiiiiiiiiiitoooooooo perto, mesmo ao lado; apesar de tão longe, uma geração nos separava e uma década e tal, quase duas; a bela e o monstro, a mais ou a menos nos desunia; ou eu nasci muito cedo ou tu muito tarde ou vice-versa, o certo é que o meu corpo gritava por ti e a minha alma silenciava este grito atirando-o para os confins dos confins, para aquele lugar que não trás com ele o regresso; juro que não sei onde fica esse energúmeno buraco senão… senão…, mais nos separava, bem sei, no teu caso a lâmina no meu o cálice apesar de tu seres o cálice e eu a lâmina, perdoa o simbolismo, mas prefiro que assim seja, torna a situação mais leve, mais honesta e menos rocambolesca…
Já te disse que sonhei contigo duas vezes e em ambas o sonho foi, na sua essência, o mesmo, hoje que a distância nos separa, e embora ainda com algum, bizarro mas algum, acanhamento, afinal somos adultos e vacinados, confesso-te e agora acho que já posso faze-lo sem ferir susceptibilidades alheias “ao tu e eu”, pois se ficares magoada comigo, agradeço que sejas franca e o digas com todos os “erres” e efes”, eu vou viver melhor com isso do que se calar o que sonhei e repito não passaram de sonhos... sonhos e nada mais…
Aqui vai… eu sonhei que: “tu tinhas sido a mãe da filha que nunca tive… a melhor mãe que ela poderia ter tido, …a melhor do mundo, ela chamava-se Brisa”, desculpa mas foi o que eu sonhei, em súmula, … perdoa a minha franqueza, eu sou assim um moço do monte!... cabreiro!…
Sei que nunca tal poderia ser possível, primeiro por tudo, segundo por nada, mas no meu sonho algo me gritava que tu tinhas o que eu não tinha e eu tinha o que tu não tinhas, por outro lado como te disse duas vezes gosto de ti, enquanto tudo, mais que não seja por pura discordância, e quer queiras quer não, também te o disse, levaste um bocadinho de mim contigo; uma apara, um cisco indelével da minha alma, e aí te garanto és a excepção das excepções, pois nunca dei um átomo que fosse a ninguém, ressalvo o meu filho que esse do melhor ao pior tenho-lhe dado de tudo!...     
Não te senti enquanto mulher, não te estreitei entre os meus braços, não colei um beijo ao teu, não comprimi o meu corpo contra o teu e não senti o cheiro do nosso desfalecimento e cansaço; mentia se não disse-se que não sinto alguma mágoa por isso, mas fui aquilo que ainda sou… teu amigo!...
Sim! um amigo que te quer e preza e acima de tudo te quer saber feliz…
Bem hajas por me teres proporcionado sentir um pouco daquele “embrulho no estômago, o apertar de coração e a ânsia da expectativa…”. Obrigado por me teres cativado!...  
Obrigado por um dia teres-te vestido só para mim…
Observação relevante:
Ademais, muita gente te disse que és uma mulher lindíssima!... no entanto, permite que te diga aquilo que, salvo raras e honrosas excepções, ninguém te disse: “a tua beleza para além de extrínseca é outrossim intrínseca, é o casulo que contém a crisálida que abriu um dia, na borboleta que os outros vêem”. 

tÓ mAnÉ

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