sexta-feira, 22 de julho de 2011

Solidão


Olá! Vieste-me visitar?
És bem vinda, sabias?
Estava a precisar de ti!
Ajudas-me a meditar.
A tua calma quase obscena,
O teu abraço meigo,
Essa tua postura nua
Embriagam-me! E indolente
Caio em teus braços,
Braços que me afagam
E carinhosos me enlaçam,
Embalando-me em doce valsa.
Sinto o teu respirar morno
Arrepiar-me o corpo,
Que quebrado pelo teu encanto,
Desfalece sorrindo.
Contigo, sinto-me seguro,
Deixo cair a fachada,
Analiso-me aos teus olhos,
Liberto-me! Dispo a roupa,
Lavo a alma
E... deitando-me em teu corpo,
Feito de nada, voo dentro de mim.
A conquista foi fácil,
Abandonei-me a ti,
Deixei que me amasses.
Agora, o teu corpo frio e saciado,
Contrasta com a minha nudez,
Exposta aos teus olhos críticos,
Envergonhado, oculto os meus pensamentos,
Escondo atabalhoadamente os sentimentos,
Pois pressinto que vais partir.
Amiga, doce e tão amarga,
Vais partir?
- Sim! Outros me procuram.
- És cruel, sabias?...
Já não me escuta... fecha a porta...
... Vai solidão, esperam-te...

tÓ mAnÉ

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