Quando o sol se põe no horizonte,
Começa, inevitavelmente, o concerto
Rãs coaxam nos charcos,
Crocita a ave agoirenta ecoando os campos
Uh, uh, uh, na torre da igreja, lacónico pio da coruja
Camuflado, um atirador furtivo, aguarda pela inocente vítima
Muitos e muitos outros se lhes juntam
Na abissal melodia nocturna.
Aí, no silêncio da noite, os predadores despertam,
O som surdo das presas
Aguça-lhes os sentidos,
Desprovê-os de clemência,
Desperta-lhes o instinto; sobrevivência
Trituram, entre dentes, os ossos das vitimas,
Lambem-lhes o sangue, ainda quente
Rolam, desapiedados, os corpos despidos de vida.
Ali, na noite despida de sentimentos,
Onde reina a inclemência
A natureza esmaga, selecciona, sem piedade,
Vai e vem a lâmina da vida ou da morte
A lei do mais forte impera!
Contra-senso? Natureza humana?
Emmeios, há sempre um homem que chora,
Chora a sua solidão... na solidão da noite.
tÓ mAnÉ
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