terça-feira, 19 de julho de 2011

A vida brilha no rosto de uma brasa

Não sei se o que faço é escrever?...
Se atirar palavras, sem nexo, contra o papel?...
Sei, isso sim! Que o que escrevo brota do coração.
Sinto esta agonia que me quebra, de quando em quando,
A vontade, desalentando-me o corpo,
Infectando-me a mente de pensamentos malsãos.
E, aí, corro para o papel, refugiando-me na palavra
Fazendo dela a força do meu amanhã.
O fogo, minha eterna companhia, crepita
Cantando-me palavras doces que não entendo,
É como se… me estivesse a falar de amor.
Mas, este mau estar perdura…
E o cérebro fervilha, enquanto ajeito o braseiro
O calor e o pensamento misturam-se por instantes
A vida brilha no rosto de uma brasa, confundindo os sons familiares
(O respirar profundo dos sonhos, a ladainha da televisão,
O estalido do tronco que arde, o cão que late na rua
E o ruído do lápis que escreve o papel).
E esta malfadada agonia, que me enche o corpo, prevalece
Enquanto espero que o fogo feneça,
Fugindo à cama que o sono não quer.
Já a Maria ressona, com o seu ventre prenhe; condição de mulher
Feliz descansa, feliz dorme, feliz sonha…
Talvez sonhe… que já é mãe.

Eu não sonho
Apenas observo
O seu ventre inchado
Cheio de esperança
(A esperança de uma vida
Acalentada e renovada)
Rejubilando vida
Como a vida deve ser
(Quietude; Silêncio; Paz e Amor)
Emmentes eu sou…
Inquietação; Desconcerto;
Insatisfação e Agonia.
A paz e o amor vão-se desvanecendo,
Enquanto as brasas adormecem
Deixando-me só e a sós comigo,
Com as minhas dúvidas
E com a minha insónia.

tÓ mAnÉ

Sem comentários:

Enviar um comentário