Grito às minhas orelhas de rato (Eu)

Eu? Pois sim eu! Acordei um pouco para o pouco, se é que me entendem... é quase como se hoje fosse o primeiro dia do resto da minha vida... está sol e... por maioria das razões deveria ter acordado bem disposto comigo, com a vida, com Deus e com o Diabo, mas não! Acordei pensativo e apreensivo, sentindo-me romântico, nostálgico e, vergado, carregando os pecados do mundo... que raio eu não tenho razão nenhuma para não me sentir feliz, já gritei isto às minhas orelhas de rato, mas maganas não me querem ouvir, fazem-se de moucas. Sinto a falta de algo! a minha alma não acha forma nem jeito de achar completude... invariavelmente, sinto-me só, só comigo e só com as gentes que me rodeiam, esta inquietude que não me alberga paz nem me mitiga a satisfação, cria-me antes uma insatisfação e uma (im)paz que me minam o espírito e galopam a rédea solta este meu corpo já cansado de tanto correr sem porto de abrigo encontrar. É sabido, que uma pequena acha de madeira, por vezes, aquece mais que um mar de sol... e, é preciso navegar, é preciso perder para voltar a encontrar, nos destroços do naufrágio. Por vezes, a maioria das vezes, atrevo-me mesmo a dizer, vamos muito longe para mijar ao pé dos pés, por outras palavras, menos brejeiras, a felicidade está dentro de nós; coabita connosco, e, absurdamente, não a conseguimos vislumbrar, é como uma lua nova que se esconde sem nunca mudar de fase, é um buraco sem fundo que se pode cavar ou aterrar, todavia não possuímos a ferramenta adequada à realização de tão ingente tarefa... tÓ mAnÉ Editions