quinta-feira, 21 de julho de 2011

Fechei os olhos e sonhei

Fechei os olhos e sonhei, sonhei que era ontem, sonhei que era hoje e ainda sonhei que poderia ser amanhã, deu tempo para sonhar que o sonho invariavelmente não passa disso mesmo: um sonho, porém, consegue levar-nos onde mais ninguém nos leva e permite-nos ousar o que talvez nunca ousasse-mos, sentir e também não o fazer, ir longe ficando aqui tão perto, estar contigo sem nunca te ter visto, empreender uma viagem de ida e volta no mesmo instante, olhar-te, órfã de roupas, o apenas tu, sem ter que enfrentar a culpa do “espreitar pelo buraco da fechadura”, ser, ao mesmo tempo, centro e bordo, girar sem chegar a não mexer, soltar um grito que ninguém ouve e, talvez, um gemido de prazer que não chegou a ser, ser eu! no não eu, sem ter que me ocultar no fato e no facto de enfrentar o toque do despertador pela manhã, pois o sonho desperta por si só; quer entre quer saia de mim!...

tÓ mAnÉ 

Sem comentários:

Enviar um comentário