Estas folhas ressequidas,
Melancólicas e pisadas,
Foram verdes e frondosas,
Perfumadas como rosas,
Outrora!...
Lembram almas humilhadas,
Atiradas na valeta,
Arrastadas pela lama,
Rasgadas por sulcos profundos,
Até o sangue jorrar
E, nos olhos,
O sal das lágrimas
Brotar!...
Almas vivas, alegres,
Risonhas e cativantes,
Que, aos poucos, como folhas,
Secaram, definharam e caíram,
Feridas no peito,
Sucumbiram!...
Ódio na vitória,
Amor na derrota,
Mãos dadas; vida e morte.
As folhas morreram
E, na alma vencida,
Ergue-se uma súplica,
Um som transviado,
Das bocas que sofrem
Um lamurio surdo,
Sai!...
E, como por milagre,
Um rasgo de luz explode,
Retumbando em força nova,
Na alma (leve, leda, limpa e forte)
Que, como braços de liberdade,
Quais rebentos na primavera,
Floresce!...
Cresce um abrolho, num prado, num baldio,
Aqui e além uma folha aparece,
O abismo ilumina-se;
Num sorriso, num verde,
Numa alma, numa folha,
E, com novo brilho, o sol,
Renasce!...
tÓ mAnÉ
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