Sou filho de ninguém
E pai do desespero
Minha mãe chama-se solidão
Filha de um tormento
Meu pai dá pelo nome cansaço
Um vendaval em descensão.
Vivo nesta ansiedade,
Neste inferno deprimente
Saltando de esperança em sonho
Em busca de uma ilusão.
No fundo, acabo, por mais não ser
Que um errante no vento,
Livre, na minha paixão;
Corro, solto, na brisa marisca
Caio, embrulhado na areia
Revolto em minh’ alma;
Espelho quebrado
Reflexo na superfície da água.
Tenho o coração desassossegado
Neste, meu mundo, da insatisfação.
Paro, olho para o lado, esquadrinho
Esperança, vã, de encontrar
Num gesto meigo ou abrupto,
Um momento...
Um momento de sossego.
tÓ mAnÉ
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