quarta-feira, 20 de julho de 2011

Carta e ou estória a uma "Maria" do mundo...


Olá "Maria"!
O fim-de-semana? Bom espero!…
É elementar… todavia não sei por onde começar… talvez pedir desculpa seja o elementar, a menor partícula de que a matéria é constituída. Sim! é talvez por aí, pois perdoar começa na mais pequena tolerância que o nosso ser busca no último dos últimos resquícios de uma essência que pomposamente denominamos por alma. Perdão “Maria”… se é que o mereço, o pragmatismo é muito mais assertivo que um milhão de palavras, que sempre, para quem as lê, podem estar cheias de vazio e vazias de conteúdo, e… mil perdões, desculpas e afins, para quem os ouve podem não passar de palavras surdas para ouvidos moucos. Porém um passarinho disse-me… eu vi, pressenti, intui o tudo o resto que poderá eventualmente terminar em "i", como… estavas linda em ti…     
Corrige-me se erro. E, fundamentalmente, não faltes à verdade; por: omissão e/ou por medo de magoar (por piedade não vejo necessidade!…), e já agora releva a minha presunção “ad hominem”.
Cito: “Vi-me então a mim mesmo através dos seus olhos; apenas um rapaz transparente que tinha conquistado o mundo numa hora e que ainda não sabia que o podia perder num minuto.” Sábia frase que na sexta-feira e hoje espelhava e espelha a minha vida, não posso mudar-lhe uma palavra, e apesar de muito antiga até parece que foi escrita propositadamente para mim neste momento da minha vida.
Sexta-feira; a bela e o monstro, era o filme que teria escolhido para definir as 14:28; 16: 36. Reparei em ti a cada instante; sublime, esvoaçante, segura, definida, respiravas vida e sensualidade… O negro resplandecia em ti como um punhado de estrelas atiradas contra o céu numa noite escura, a teu top, de um branco imaculado, deixava um sonho flutuar, um desejo, um suspiro, um doce convite, um… um… e o teu olhar duas pequenas brasas incandescentes na noite, cheirava a felicidade, respirava confiança, sonhava na tua face que, lindíssima e radiante, derramava tudo o que um homem pode almejar. A decisão das tuas atitudes reflectiam-se a cada passo que davas, deixando brilhar o óleo com o qual, veladamente, investiste de brilho as tuas helénicas pernas, o percutir dos saltos dos teus sapatos a cada passo, entontecia e inebriava o meio que te rodeava, o rodar dos teus calcanhares revolteando a tua alma e aspergindo o teu perfume na aba do teu vestido, ligava o ambiente espartano do Olimpus às mil e uma noites; era de esperar… não me poderiam deixar indiferente. Deixei o teu cabelo para fim, nele olhei-me, deitei-me, sonhei-me… apeteceu-me passar-lhe a mão quase indelevelmente, chegar perto cheirá-lo levantá-lo um pouco deixando antever o teu pescoço delicado e tentador…
Cito: “O coração da fêmea é um labirinto de subtilezas que desafia a mente grosseira do macho trapaceiro. Se quiser realmente possuir uma mulher, tem de pensar como ela, e a primeira coisa é conquistar-lhe a alma. O resto, o doce envoltório macio que nos faz perder o sentido e a virtude, vem por acréscimo. 
Voltando à primeira citação e ao parágrafo a ela apenso, “- E nunca tal se disse com tanta propriedade, porque há que dizer que neste caso do verbo ao facto não há qualquer distância.” Sei! não é presunção ou será?... estarei assim tão enganado!…, que reparaste em mim. No entanto, na sexta-feira, pouco a pouco foste percebendo que eu estava ausente; todavia atento, algo enchia-me a alma, infernizava-me, consumia-me, ardia-me no âmago do meu ser… contrastava com a tua exuberância a diáfana existência que o meu ser emanava; eu um farrapo, um caco uma sombra, mas muito sombra de mim, a sombra da minha sombra, e tu, tu um ser irradiante, levitando de uma frescura que até fazia constipar, para além do que é ser linda… sublime… 
"Maria" perdoa-me a franqueza mas… eu queria-te! E ainda te quero, porém quero lá estar, não quero estar com a sombra da minha sombra. “Maria”, tu merecias e mereces mais, muito mais, e se realmente me queres como me fazes sentir que queres… queres-me a mim e não a sombra da minha sombra; corrige-me se estou errado, sei também que é apenas um querer e nada mais, o que não quer dizer que não possa ser algo bonito e que se possa recordar com um brilhozinho nos olhos…
Sei que durante o almoço, mesmo antes, quando te apercebes-te que nada tinha sido preparado; notei uma leve sombra no teu olhar, começas-te a notar que algo estava errado, senti a tua inquietação, quase se respirava, saía de ti como uma fragrância agradável mas atípica. Poderias ter perguntado, preferiste, delicadamente e com uma cortesia ímpar, a descrição, esperas-te pacientemente que eu levantasse uma pequena ponta do véu, deixando o mistério elevar-se, e como um perfume desagradável, esfumar-se e retomar o equilíbrio, salvando e restituindo o sonho que era nosso. Assim não aconteceu, levantei um pouco o véu mas não libertei o olor desagradável que se escondia sob ele, escondi-me em conversas banais, execráveis, deixei que aumentasse a tua impaciência e por fim a vontade de partir e com ela a desilusão; perdão “Maria”, eu sabia o que estava a fazer, a coragem de não falar ganhou. Eu sei que não te podia contar o que me consome, nem posso, deixo-te esta citação “…, e por um instante pensei que não havia ali mais fantasmas que os da ausência e da perda, e que aquela luz que me sorria era de empréstimo e só valia enquanto a pudesse segurar com o olhar, segundo a segundo.”, na esperança que a mesma me possa redimir do desconforto que te causei “mea culpa”. Não penses que te rejeitei, apenas não te podia ter…  
Sei que vais compreender, talvez perdoar, pois as mulheres são mais inteligentes e mais sensíveis que os homens, ou no mínimo mais sinceras consigo próprias sobre o que querem ou não, outra coisa é que o digam a uma pessoa ou ao mundo…
Se estou errado esquece tudo o que presumi que estivesse certo, pois senti-o na alma e não fui mais que sincero, talvez em demasia, quanto ao resto é foi a minha alma que te entreguei… portanto não te zangues comigo… eu sou mesmo assim desajeitado e incontinente da boca… e acima de tudo quero ser teu amigo!…   

P.S.
“Maria”! Obrigado por te teres vestido de corpo, alma e coração para mim, senti-me super lisonjeadíssimo, só te peço perdão por não ter estado à tua altura as circunstâncias não o permitiram, por muito pesar o meu.    



                                                                                      De quem muito te preza
                                                                                                Beijinhos

tÓ mAnÉ       
                             

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