segunda-feira, 18 de julho de 2011

A razão e a duvida

Vem vindo, devagar mas resoluta,
Pisa as folhas do caminho
Que o Outono derrubou,
Com a ajuda do vento
E da chuva, que ainda agora chegou.
Traz com ela o saber
Que as Primaveras lhe ensinaram;
Sabe, porque viu muitas vezes,
Porque sentiu na pele; dura e fria,
Ou, por vezes, quente e macia.
Sabe! Que após a noite vem o dia,
Seguindo a flor o fruto
E ao amor o sofrimento.
Sabe! Que... nesta vida ninguém ganha,
Todos perdem!
Sabe! Que... desde que nasceu
Começou, inexoravelmente, a envelhecer;
Só para morrer nasceu!
Sabe! Que sozinha não existe,
Alguém tem que o perpetuar e demonstrar
Pois, a existência, seca e própria, desacredita o ser...
Solidão excessiva debilita, desmoraliza e definha a razão…
Traz a loucura pela mão;
São amigas inseparáveis; amam-se!
Sabe! Sofrer porque amou;
Será que amar é isso?
Ou antes sabe amar porque sofreu?
Ou será outra coisa qualquer?
Será que saber é...
Envelhecer sem nunca perceber a razão do ser?
Porquê? Pergunta velha, cansada,
Repetida vezes sem conta,
No entanto, sempre actual;
Hoje é segunda-feira; porquê?
A convenção é a razão ou a dúvida do porquê! Será?
Porquê, amor? vida? e morte?...
Porquê?...

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