O acesso à
“Cresce” (hoje Casa da 1ª Infância de Loulé), que inicialmente se executava
pela fachada sul; alçado principal e imponente, de um edifício magnificente e
intemporal, onde dominava um amplo largo revestido por uma camada de betuminoso
sobre a qual foi lançada uma camada de seixos rolados e onde existia e existe
uma ampla rampa de acesso, bem como uma plataforma coberta por uma pala
monumental que lidera, ampla, o corredor de distribuição; acesso de uma
dignidade ímpar e de uma proficiência inegável, hoje encontra-se materializado
na fachada poente sem segurança, critério, sobranceria e/ou dignidade que lhe
merece o enquadramento no plano da envolvente urbanística patente no local.
A “Cresce”
(presentemente Casa da 1ª Infância de Loulé), aquando da sua construção,
encontrava-se implantada fora do aglomerado urbano; longe dizia-se, no entanto,
com o avançar dos anos e com a expansão urbanística, esta foi perdendo a “decalage” e a solidão a que estava
votada relativamente ao miolo do pólo urbano, que entretanto se foi deslocando
para nordeste, invadindo a sua privacidade e quebrando o seu retiro e recato;
onde existia espaço livre de peias erguem-se vedações, portas e portões.
Nascem novos
edifícios, abrem-se campos de ténis e piscinas; descobertas e cobertas,
rasgam-se escolas secundárias e infra-estruturas desportivas e de lazer,
rompem-se ruas e avenidas, o progresso une e desune e pela mesma mão humaniza e
desumaniza, com a mesma falta de vontade com que (António Sérgio in Cântico
Negro) o tempo passa ou não passa, entre um capricho e uma mão cheia de vento
ou água.
“Mutantis
mutatis” ou o mesmo será dizer o mundo pula e avança António Gedião “dixit” e
tudo muda! o acesso à “Cresce” (agora Casa da 1ª Infância de Loulé) não foi
excepção, o Homem sonhou e o mundo pulou e avançou, tal como bola colorida
entre as mãos de uma criança (António Gedião in Pedra Filosofal). E, com o
mudar há que mudar, alterar, rever, repensar e talvez criar ou recriar ou
presumindo reinventar o que há muito se previa de já e para já inventado; o
mundo não é novo, é sempre!... O Homem, esse … tão passageiro quanto o
relampejar de um raio ou o ribombar de um trovão, … um ai, tão veloz quanto um
estertor …, na sua existência comezinha, representa a ninharia das ninharias,
um “cagagézimal” versus o gigante tempo.
E, o Homem
pensou…
tÓ mAnÉ Editions
Sem comentários:
Enviar um comentário