domingo, 14 de julho de 2013

Inception

Plantaram-me, quando nasci, um sonho, não um sonho qualquer, um sonho de sonhos. Acarinharam-no, regaram-no, para que não murchasse antes mesmo de nascer. Incutiram-me esse compromisso solene com a vida: o direito e o dever de ter um sonho.
O meu obrigado, antes de mais, a quem ousou plantar-me essa ingente semente, que o acaso ou por um acaso vingou, abrolhou, nasceu, cresceu e converteu-se numa forte convicção, numa irreverência ou que não numa utopia: um só homem pode mudar o mundo, eis o sonho que em mim foi plantado.
Acreditei e acredito piamente nele. Quem o plantou não poderia de forma alguma estar errado, e para além disso, foi a pessoa mais inteligente, mais brilhante; note-se que não digo, nem de perto nem de longe esperto, que até hoje me foi dado o privilégio de conhecer e de conviver com.
A quem devo um obrigado, eterno, por ter carregado, uma semente de um sonho, uma responsabilidade, enorme, de fazer-me acreditar que este “nosso” sonho é e vai ser possível, o que nem sempre foi tarefa fácil ou pêra doce; um e um só homem pode, e vai, mudar o mundo.
Um dia, já nem me lembro quem, perguntaram-me: Em quem confias mais: Num homem que fuma charutos e bebe conhaque, num homem que fuma cigarros e bebe whisky ou num homem que não fuma e bebe água?
E, apesar de ter ficado sem resposta imediata, não deixei que os preconceitos ou pré-conceitos me toldassem a razão. Pois, sem margem para dúvidas, a pergunta no mínimo era obscenamente simples, todavia a responsabilidade da resposta de extrema complexidade.
A pergunta urgia e ribombava no meu pequeno globo da razão: Quem serão ou quem foram estes três homens? A pergunta voltou a assolar-me, a gritar-me à minha consciência em forma de pergunta sem resposta.
Emmeios e de sus o meu sonho aflui-me “à bolinha cinzenta” como se a matéria de uma vida estivesse ali em causa, em revisão, para efectuar o teste final, o teste de uma vida e a ele outro sonho de outro sonhador se concatenou e se fundiu: “Eu tenho um sonho.”, ou, se preferirem, no seu original: “I have a dream.” e qual era o sonho deste homem, apenas este: O sonho de ver meus filhos julgados pela sua personalidade, não pela cor da sua pele.”.
E, eis que se fez luz e respondi: prefiro o homem que fuma charuto e bebe conhaque!
Homem a os todos os títulos brilhante quer do lado humanitário, quer na posição, na estratégia e no enquadramento político da época, quer na sua cultura ímpar que lhe granjeou um prestígio e um respeito inigualável a nível mundial, quer no campo das letras ao ser agraciado com o Prémio Nobel da Literatura. Resumindo: “primus inter pares”.
Falo, para quem ainda não se tenha apercebido, de Winston Churchill.
Os outros dois, mentes brilhantes também, Franklin Roosevelt e Adolf Hitler, contudo quer um quer outro, e de formas bem diferentes, foram pouco assertivos e pragmáticos, na postura que tiveram em relação às atitudes a que foram chamados e de que foram incumbidos.
Note-se que não estou a criar paralelos mas sim referencio exigências. E nem sequer o brilhantismo de espírito é saudável quando são chamadas à história e à razão.
Acho que a ambos faltou a chispa ou a acha ou ainda o morrão que incendiavam ou amornavam, respectivamente, a ponta do charuto ou o vapor que emanava da boca do copo de conhaque de Churchill. Ou talvez ainda o conjunto de todas elas… Opiniões!...
Eu tenho um sonho… “Um e um só homem vai mudar o mundo.”.
E, acredito que será breve, o tempo e os tempos urge.
Ah! E para aqueles menos atentos eu disse um homem, propositadamente retirei-lhe a inicial maiúscula. Detalhes!...


tÓ mAnÉ   Editions

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