segunda-feira, 15 de julho de 2013

A minha escrita



Eu escrevo como se um quadro, uma tela pintasse, porém não sei pintar.
Primeiro risco o fundo, depois o supérfluo, ao qual adiciono o essencial, para só no fim juntar o empírico com salpicos, laivos e manchas desagregadas de curtume fundamental.
O narrador, está nos pormenores, a mensagem, difusa, mas sempre no plano principal, muitas vezes, e para incautos, junto uma parte a que chamo “diversão”, que nada traz ou acresce à peça, mas um olhar mais atento vê a luta pertinaz, objecto de escolha cuidada e atenta, pois, ela a diversão, de moldura faz.
Eu escrevo, como se a vir me estivesse, pois ejaculação, aqui, não satisfaz!...
Vir que por de mim “corre, jorra”… e não se solta… este é o processo, o percurso, que a minha escrita, em trilho sinuoso, “pré-corre” antes de, na tinta, os dedos manchar e no papel as palavras, soltas, inoculas, invectivas, plenas, intencionais, intuitivas, emocionais,… gravar.       

tÓ mAnÉ   Editions

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