sexta-feira, 12 de julho de 2013

Entrantes



Como castelos de bruxas
As negras nuvens
Invadem os céus
Cobrem ou abrem o sol
Como entrantes de ouro e prata
Projectando feitiços;
Magias brancas e negras
Aludindo a contos de bruxas e fadas,
Augurando vida e morte
Sobre a terra, sobre o mar
Encapelando as ondas,
Ornando-as de alva espuma,
Que nas douradas areias morre
Cavando sepulturas no silte
Expondo ossadas brancas do tempo
Dos corpos que o mar nunca cuspiu.
Desencrespando a terra,
Lavando dela o pó e as gretas secas da lama.
Branda cai um chuvinha,
Miúda, uma nevrinha, uma garoa
Que indolente, estende seu manto,
Cobrindo a paisagem
De uma névoa fresca, leve e meiga
Que, de sus, envolve os palácios,
Onde, isentos de dolo,
Os deuses sonham,
E, distraídos, indolentes caem no logro.
Etéreos por condição,
Não se apercebem
Que hárpias mãos
Abraçam, enlevam,
Enganadoras
Intentando hauir
Os céus, os mares e a terra. 

tÓ mAnÉ  Style   

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