O
beijo que nunca demos
Em
mim, a ferro, gravado ficou
Queima ainda nos meus
lábios,
Incendeia
o meu corpo
Nas
longas e frias noites de inverno
Num
concerto sem igual.
Contudo,
o tempo, não pára
Alheia-se,
impune, em seu pedestal.
E,
esse beijo, desconcertante, inexoravelmente, se esvai,
Esvai-se
com a bruma, entre os canaviais
E,
na espuma do mar, esmagada nas rochas,
Leva-o,
nos braços, o vendaval.
Eu… fico, por aí,
lembrando
Enquanto caminho no
caminho lembro,
Lembro o que nunca
aconteceu,
Recordando o breve calor
Que o teu corpo, emanou,
juntinho ao meu,
Naquele fugaz e
inolvidável abraço
Que nos nossos corpos
aconteceu
Resta, agora, a saudade
Que, na solidão, me
aquece.
Foi de um beijo doce e
quente
Com sabor a despedida
A lágrima rolou depois,
(No carril da vida, o
olhar preso ficou)
Não doce, antes sim,
salgada e amarga
Mas do beijo ficou o
desejo e o carinho,
Presos num cordel, unindo
dois destinos.
Dois eram os seres, duas
as vontades
Carentes em dar, relutantes
em receber
Algo que imaginaram
diferente de tão igual
De nunca assim o terem
sentido
Trocaram o bem pelo mal.
Hoje, o que nunca tiveram,
Preenche as vidas nos
cantos vazios,
Perdidos nos momentos de
nada cheios.
Todavia, nenhum de nós
sabe do vazio viver
Por isso fomos condenados
a viver do vazio
Que restou do beijo que
nunca demos.
tÓ
mAnÉ Style
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