domingo, 14 de julho de 2013

O beijo que nunca demos

O beijo que nunca demos
Em mim, a ferro, gravado ficou
Queima ainda nos meus lábios,
Incendeia o meu corpo
Nas longas e frias noites de inverno
Num concerto sem igual.
Contudo, o tempo, não pára
Alheia-se, impune, em seu pedestal.
E, esse beijo, desconcertante, inexoravelmente, se esvai,
Esvai-se com a bruma, entre os canaviais
E, na espuma do mar, esmagada nas rochas,
Leva-o, nos braços, o vendaval.
Eu… fico, por aí, lembrando
Enquanto caminho no caminho lembro,
Lembro o que nunca aconteceu,
Recordando o breve calor
Que o teu corpo, emanou, juntinho ao meu,
Naquele fugaz e inolvidável abraço
Que nos nossos corpos aconteceu
Resta, agora, a saudade
Que, na solidão, me aquece.
Foi de um beijo doce e quente
Com sabor a despedida
A lágrima rolou depois,
(No carril da vida, o olhar preso ficou)
Não doce, antes sim, salgada e amarga
Mas do beijo ficou o desejo e o carinho,
Presos num cordel, unindo dois destinos.
Dois eram os seres, duas as vontades
Carentes em dar, relutantes em receber
Algo que imaginaram diferente de tão igual
De nunca assim o terem sentido
Trocaram o bem pelo mal.
Hoje, o que nunca tiveram,
Preenche as vidas nos cantos vazios,
Perdidos nos momentos de nada cheios.
Todavia, nenhum de nós sabe do vazio viver
Por isso fomos condenados a viver do vazio 
Que restou do beijo que nunca demos.


tÓ mAnÉ   Style

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